Porquê tu, de entre todas?
Porque não alguém diferente?
Nesta certeza desconcertante da alma ansiosa
Por ir beber à tua fonte de poesia e prosa
Ninguém me explica o que é escolher
Ninguém me ensina como viver
Cá dentro sinto que vou viver a vida
Cada dia como se fosse a minha despedida...
Não faz sentido continuar,
Já não tenho forças para lutar
Se por mais que tente tocar tua mão
Sei que este amor é uma ilusão.
Nunca me poderei considerar digno
De receber tal presente dos céus
Anjo descido à Terra, tão brilhante
Com aura de estrelas e de luzes véus.
Sei que fui louco de tal sequer tentar
Mas se na vida não te posso ter
Resta-me apenas continuar a sonhar...
Comanda a vida, alguém disse
E eu certamente não o quero contrariar,
Mas se esse alguém a minha vida conhecesse
Seria o próprio no momento a negar!
Consola-me conseguir escrever
Estas linhas para desabafar
Seria ouro para mim saber
Que ao leres acabaste por gostar.
Quem me dera ser melhor
Como eu gostava de te merecer...
Mas isso com certeza pois toda a gente
Trocaria a dor pelo prazer...
Oh certeza inconstante deste incessante tormento,
Dor acutilante que me rasgas a pele
Esta amargura perene a cada momento
Este dilacerar do corpo, da alma, de mim
Todo este sofrimento...Vem de te amar assim...