domingo, dezembro 31, 2006

Queda

Caio
Na inexorável força opressora
Da escuridão que se adensa à minha volta
Tremo
Por sentir pensando no que murmuro gritando ao vento que passa
Anelando por uma libertação expurgadora
Que me eleva reduzindo-me apenas a tudo o que
Insignificantemente sou

Luto com o pensamento contra o que me diz a intuição
Dos lares recônditos da mais profunda inteligência
Um ruído em forma de conselho sobressai
Um pensamento etereamente se forma e decai
Porque é tabu o proibido desejo
Tão forte , tão doce e tão cruel que dói
Tão singelo e tão forte que corrói
As próprias paredes da minha sanidade
Enquanto no escuro me mantém na ilusão
Que levemente escamoteia a realidade...

A verdade é só uma
Mas eu não sei qual é!
Se perdi a esperança, de que me serve ter fé?

Sei que poderei ainda chegar a ter paz com o destino
Mas entretanto vou-me mantendo alegremente
Como um companheiro leal e confidente
Sacrifício e tortura do meu incessante desatino.

O tempo voa, e com ele a minha vontade
Correm lestas como sempre as palavras
Que fluem com a energia envolvente das sensações
Sinto que o fundo está próximo
Há uma aura de acalmia no ar
A queda pronuncia-se, sentido o seu tempo acabar
Dói
Mas dói como quem caiu
Recomeço
Fora dos grilhões soldados da minha prisão de identidade
Resta-me apenas o caminho ascendente
Cada queda que ousei desafiar e sofrer
Me mostrou que não há mais nada a fazer
Senão voltar a tentar, voltar a subir, mesmo sabendo
Que inapelavelmente
Voltarei a cair.



Melancholic Soul
Over and out.
31/12/2006

4 comentários:

Anónimo disse...

... simplesmente... lindo...

Anónimo disse...

mtu linduh***

naum ha palavras...

ximplesmnt maravilhoxuh*

Anónimo disse...

adoro.. epah.. sem palavras xD

Bruna disse...

Uauu! Foste tu ques escreveste?!!
Passa mesmo por isto...senti cada palavra.... Tá lindo Miguel!Continua*