terça-feira, setembro 26, 2006

Destinos...


Destinos...



Escondida sob o sepulcral entulho da desilusão
Bem disfarçada entre dor, desprezo, mágoa e melancolia
Está a semente da esperança de uma nova ilusão
Pronta para destruir o que sobreviveu à falsa utopia...

Regressado de onde nunca consegui ir
Sufoco apertado por tão asfixiante desatino
Suplico aos deuses a ventura de partir
Partir para longe, fugir do meu próprio destino...

Destino que me atrai para ti
Quanto mais desesperadamente me tento afastar
Destino cruel que me nega tudo o que pedi
Que me nega a tua ventura,mas me obriga a esta tortura suportar...

Pois tortura tem que ser a palavra certa
Para descrever o tormento em que o meu coração incorre
Pois ao estar perto de ti ele mesmo desperta
Mas por não te poder ter minha alma morre.



Melancholic Soul
26/09/2006
10h44min

quarta-feira, setembro 20, 2006

Esperança...




É noite cerrada, fecho os olhos mas não durmo
Imagino a presença silenciosa de alguém que não está
Crio com a luz dos meus sonhos um bem-estar reinante
Pura ilusão que docemente me puxa para o lado de lá
Deste espelho disfarçado de vida monótona e alucinante.

Quando? É a pergunta premente
Quando me vou conseguir libertar destas amarras
Que me prendem e me sufocam apesar do esforço inconsequente
Com que me debato para me soltar enquanto me agarras
E me puxas com todas as tuas forças para o passado
Quando o que quero é um futuro sempre negado.

Entre esperanças vãs ditas por compaixão suspiro
Como caminhante vagueando sem direcção no escuro
Enquanto trilho o meu próprio caminho respiro
Imaginando não o meu, mas o nosso futuro...

Algum dia a provação terá de acabar
Esta epopeia que me consome corpo e alma assim
Como se fosse simples papel de jornal a rasgar
Em que sem piedade me salvas ou me atacas
E ponderadamente por impulso me matas
Ou me beijas fazendo-me feliz por fim...



Melancholic Soul
20/09/2006
9h53min

sexta-feira, setembro 08, 2006

Na praia..



A distancia abre-se como as goelas de um gigante adormecido
Agitam-se as águas deste mar incerto de futuro desconhecido
Uma alma aprisionada tenta soltar-se das amarras apertadas
Com a força de mil beijos e a dor de mil lágrimas choradas.

Mas aqui na praia, no limite do infinito chamo por ti
Lanço em desespero um murmurio gritado em forma de perdão
Aguento como posso as vagas de sentimentos crueis que talvez mereci
Sou guerreiro sem escudo,e tu atacas-me o coração...


Mas no fim, só no fim, sei que irei olhar para trás
E por terra, mar, nuvens, céu e alma verei o reflexo de uma ilusão
Uma faísca, um relance indescritível, um rosto perdido num inconsciente incapaz
De conter por um instante que seja a tua imagem sem perder a razão

Um quadro de esperanças perdidas e sentimentos esquecidos
Pintado por luzes sombrias e farrapos de sonhos em vez de pintor
Numa derradeira tentativa de realçar numa vida de momentos certos perdidos
Aquilo que realmente interessa, que nos faz viver, o inesquecível e essencial Amor...

Melancholic Soul
7/9/2006 23h47