sexta-feira, janeiro 29, 2010

Nova Morada

Se quiserem, continuem a seguir-me AQUI!

Abraço,
MelancholicSoul

quinta-feira, novembro 05, 2009

Pedaços de Céu




Há dias quase perfeitos.
E ás vezes quase nada nos corre bem..
Toda a nossa perspectiva do que nos rodeia é afectada pela nossa disposição, por pequenos pormenores que definem as ultimas horas, os ultimos dias, os ultimos segundos da nossa existência.
É incrível a variedade de reacções distintas que acabamos por ter ao mesmo estímulo..
Tudo isto só para dizer que até a mim umas vezes os meus textos variam em significado tendo em conta a altura em que os leio, independentemente da altura em que os escrevi.
Pensem nisso...

Respirar
É tão parte de nós que nem damos conta
O ondular de uma madeixa de cabelo ao vento
Tão incontrolável que eu reparo, ou tento

Caminho contra esses ventos que me ameaçam
Que nos colocam em desalinho
Que não nos fazem recuar!
Saltamos barreiras que nos ultrapassam
Um momento, um olhar, um carinho
Será que respiro por te amar?

Caminhei sem te encontrar
Perdido por não te ver sem te sentir
Esquecido
Que tal como respirar
Fazes parte de mim, basta sorrir

Vemos o sol a furar todas as nuvens
Reflectido num mar inquieto que espera
Por ventos, por marés, por mergulhos
Por momentos
Que ninguém conhece, mesmo planeando
Como o toque do vento na face
Como uma gaivota em êxtase planando
Como a necessidade do que ignoramos respirando.

Sob abóbadas celestiais
Escondido das estrelas e do céu
Ele corre pelas enseadas abandonadas
De luares aprisionados
Mergulha na escuridão da luz do mar
Sente o sal na pele e descobre
Que tudo faz sentido sem se sentir
Que nada se sente sem fazer sentido
Por subir
Por nadar entre as gotas de céu que o envolvem
Respirar toda a agonia que a areia massaja contra as rochas
Gesto delico-doce instantâneo
Expontâneo

Ingenuidade camuflada por galanteio
Capa caída pelas ruínas de uma pose
Quebrada
Em prol da realidade provada!

Pela mão de um sorriso caminham duas almas
Dois pares de pernas que se entrelaçam
Talvez só nas sombras no chão
Pela explosão de um beijo
Pelo fluir do desejo
Num quente e apertado abraço.

Sentimentos sussurrados como palavras proibidas
Gestos que escondem verdades escondidas
Uma carícia que perdura
Um olhar, um toque, um misto
De paz, de companhia, de ternura...

Algumas palavras
Juntadas em versos
Ás vezes isoladas
Parecem manchas aleatórias
Como rabiscos em pedaços de papel rasgados
Como ideias e sentimentos
Que voam, ao vento lançados...

Poemas não escritos que se lidos nem se notam
Movimentos estudados que involuntariamente chocam
Frases sem sentido que o ganham ao serem ouvidas
Dois lábios que se juntam, como metades perdidas
E a ansiedade latente
A saudade persistente
A vontade de te beijar
Para mim é como respirar...


As palavras ás vezes não são mais do que isso, meras palavras... Devaneios como lhes chamo, pela sua falta de organização ou de matriz, surgem sem pensar, não as consigo parar, são desejos do subconsciente que gosto de satisfazer... Hoje foi uma dessas noites em que a vontade de escrever surgiu, com qualidade ou não, não serei grande juiz, partilho com o mundo porque assim o quis, partilho contigo porque tens tanta responsabilidade no que escrevo como eu, porque o que escrevo, mesmo que nao fosse sobre ti, seria para ti :dp:
A minha escrita é tua, tal como mais.
O quê? Descobre por ti...
Procura-me, estou aqui...

MelancholicSoul
5/11/2009

terça-feira, outubro 20, 2009

2 Years

Hoje aprendi
Aprendi a deixar respirar o meu ar
Para voar temos sempre que elevar
Mas pra cair nem é preciso subir..

Eu percebi
Que o que sou não é independente de ti
Que só me vou quando tu não estiveres aqui
Que me persegues mesmo quando não tento fugir

Só quando a lua me mostra o caminho
Eu entendo que não o percorro sozinho
Estico o braço , estico a voz e a paixão
Busco um abraço, uma palavra ou sensação

Aquelas lutas que causamos sem termos vontade de lutar
São melodias coloridas sem diapasão para afinar
São só as pedras num caminho que havemos de percorrer
São banalidades num destino realçando o mais especial de viver

Não precisamos de tentar encontrar uma razão
Inexplicável, inegável, assim é o coração
Reduz toda a vida, tudo o que é válido num momento
Troca-nos as voltas, roubando até racionalidade ao pensamento

Pois um olhar pode ser mais que mil palavras já trocadas
Uma lágrima às vezes trás mil tristezas não choradas
Mesmo o que a voz não diz por vezes nós sentimos
Por vezes temos direito a mais do que pedimos

Perco o sentido quando não me deixas ver
Que estás tão perto mesmo sem eu me aperceber

As pegadas que deixo na areia junto ao mar
Só têm sentido se tiverem mais um rasto a acompanhar
Pois à distância de um sorriso
Todo o conforto do desejo
Estaria tudo o que preciso
Os teus lábios, um beijo.

Melancholic Soul
21/10/2009

Sim, é teu :dp:

sábado, julho 25, 2009

Spring brings.


The leaves flow as summer's breath approaches
Melancholic whispers soar through the space of the memories
Befriending the lost dreams of lies and poaches
Sinking away in the true smiles of fake promises...

But a grin comes forward, whilst tired we hang on
A happiness that if not shown is still felt
Your face, your eyes, my love, it all mixes
The sunset, red light, and blue skies, and a starry belt

A single look, a mere thought and I belong to you
Don't say my name, just miss me and you'll make it true
Laying down my eyes are closed and I see perfection
My soul is maimed, excess of feelings, you're my whole collection...


19/07/2009

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Às vezes...



Na sua fronte respirava-se o odor da solidão. Gotas de vontades distintas desciam as ravinas do seu rosto, regando os vales das suas rugar com uma vida de idade, lembrando recordações já esquecidas na sua própria memória.
Tudo o que os seus olhos viam era luz, em contraste com a sua alma. As ilusões que involuntariamente criava conheciam rival apenas na cruel realidade que assistia impávida e imutável à sua decadência.
Às vezes gostava de colocar questões a si próprio, desafios. Caminhos cruzados na sua estrada. Cruzamentos sem prioridade, prioridades sem engrilhoamento, fugas de prisões reais na sua imaginação.
Às vezes ele costumava sonhar. Às vezes ele não era ele, ele era alguém que era mais do que só alguém, era ele fora de si, espectador de uma existência que sabia ser a sua.
Às vezes fazia de conta que não sonhava. Às vezes dobrava os seus sonhos em quatro e desistia de imaginar. Desistia de ser, desistia!!!

Essas vezes eram as piores, essas alturas eram vertiginosas, eram o escape da sua espiral de utilidade perdida em prol de uma qualquer soberania.
Temos que ser os reis de nós próprios, dizia engalanado e ufano, na sua auto-comiseração escamoteada em mil disfarces diferentes, todos eles inúteis e fúteis, todos eles verdadeiros.
Nós vestimos muitas roupas na vida, dizia, mas todas têm um toque, a todas nós sentimos, o que significa que nenhuma é parte de nós.

Nós somos aquilo que resta quando não sentimos nada.

Ele não sabia se gostava do que sobrava. O que sobrava era eu.


Melancholic Soul
written @ RossioCaffe

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Alguns pensamentos...

Nunca sabemos relmente quem somos até cairmos.
A solidão é algo tão volátil e tão sólido que se esconde sempre no mais fundo de nós, pronta a acenar e regressar sempre que lhe damos oportunidade.

O problema com a solidão é que ela nunca vem só.


Deixo-vos sós...
Miguel

domingo, novembro 30, 2008

4

Não sabia o que o tinha feito pensar que a porta estaria aberta. Um daqueles palpites utópicos da juventude, em que raramente o difícil o parece. Mas o falhanço é encarado sem drama, com um mero encolher de ombros.
Ele não desistia facilmente. Ele ia deixar de ser um puto, não ia desistir à primeira porta fechada!
Com o cuidado de não fazer barulho procurou a porta das traseiras. Circundou a casa, aquela casa, e em cada janela imaginava o vulto do "Homem do Saco" a observá-lo, a criança dentro de si a lutar com o adulto que ele se esforçava para ser. Mas a experiência não se origina do esforço.
Ele achou-se repentinamente num escuro ainda mais escuro, numa abóbada de sebe, mas ao mesmo tempo teve um vislumbre de uma porta antiga, que não parecia muito forte...
Então seria assim, o destino continuava a exigir mais dele, mostrava-lhe um propósito ao mesmo tempo que lhe levantava um novo obstáculo. Estava a tentar gozar com ele...
Não o conhecia. Ele não estava ali para recuar. Nem mil sebes, mil muralhas, o quarto mais escuro o impediriam de tentar até ao fim, repetia ele para si próprio, como injecção de coragem. O medo da vergonha consegue ser um grande estimulante...
O primeiro passo não foi o mais difícil. Há quem diga que o é sempre.
É falso, por vezes a dificuldade está em continuar e concluir o que começamos. Por muito difíceis que as coisas pareçam no seu início, costumam arranjar maneira de complicar quando nos convencemos que o pior já passou.
A cada passo os vultos que ele via ou imaginava ver não desapareciam, duplicavam. Cada passo era mais pesado que o anterior.
Mas ele continuou. Adiante!
A cada novo passo, a simples aceitação lhe inundava o pensamento.
Crescia enquanto se mentalizava:
Ninguém disse que ia ser fácil.